terça-feira, 27 de setembro de 2011

Balanço Geral.

E chegaram os 26 anos... agora, oficialmente, estou mais perto dos 30, que dos 20! Kkkkkkk...
Já faz um tempo que estava fazendo uma espécie de balanço da minha vida, e percebi a quantidade de coisas que consegui viver já em tão pouco tempo. Ok, ok... não dá pra dizer que é pouco, afinal... já passei um ano do 1/4 de século, mas vamos lá... não tô tão velha assim também né?? kkkkkkkk....
Uma coisa é fato, minha vida não foi das mais corriqueiras e comuns (mesmôôô), mas não digo isso com tristeza, muito pelo contrário, falo com um orgulho imenso e uma felicidade enorme por ter vivido tudo que vivi!!
E posso falar? A correria começou bem cedo, viu??
Já com 8 meses de vida me diagnosticaram com uma doença que eu não tinha e praticamente fui desenganada. Minha sorte são os pais (e família) guerreiros que tenho, que lutaram e fizeram o que estavam ao alcance e um pouco mais, mesmo com apenas os 2% de chance de sobreviver que me deram na ocasião (isso se eu fosse me tratar em New York).
Pois é.... eu fui... e olha só onde estou hoje?? #RightHere
Durante esses 26 anos de vida, posso dizer com exatidão que vivi muitas coisas... algumas delas, como todo mundo vive, outras que nem metade das pessoas experimentaram viver, e claro, muitas experiências que ninguém viveu ou vai viver, são só minhas.
Mas mais importante que isso, é o que todas estas experiências causaram em mim e como elas construíram a minha personalidade.
Quem me conhece sabe muito bem quem é Maria Fernanda de Britto Cintra. Se pergunta a 50 pessoas que me conhecem, uma característica sobre mim que lhes venha a cabeça, com certeza, de cara, sem pensar, falariam: tagarela, sincera ou risonha. #fato
E assim sempre fui, desde pequena. Eu era aquela da turma que tirava nota boa, mas sempre arranjava problemas com um ou outro professor porque não parava de conversar na sala; aquela que nunca levava desaforo pra casa e não engolia nada de ninguém, podia ser quem fosse; aquela que aprontava as coisas, mas chegava em casa e abria logo o bocão pra contar pra mãe, antes que ela soubesse por alguém de fora; aquela que sempre tinha uma piadinha pra fazer sobre alguma coisa; aquela que não tinha medo de dizer o que pensava a ninguém; aquela que quando começava a rir, não conseguia parar (muitas vezes nos lugares mais inoportunos); aquela que metralhou um cara de desaforo na rua (com apenas 10 anos de idade) porque o infeliz resolveu chutar um cachorrinho de rua, na frente dela, etc, etc, etc...
Essa menina cresceu, e claro, com o tempo aprendeu muitas coisas, inclusive, que às vezes na vida, a gente tem que engolir um ou outro sapo. Continuo tendo a "linguinha afiada" (como diria minha mãe e meu namorado), mas hoje em dia, eu percebo que em muitos momentos, o silêncio é mais bem vindo e mais efetivo que qualquer resposta que possa ser dada.
Mas numa coisa aquela menina com certeza não mudou: a sinceridade. E nem pretendo mudar. Segundo a minha mãe, minha sinceridade algumas vezes chega a ser falta de educação... e pode até ser que ela esteja certa, mas eu prefiro assim. Não suporto fazer tipo, demonstrar uma coisa que não sou, concordar com uma coisa que não penso, falar de algo que não acredito, passar uma imagem de coisas que não existem.. não, não, não... pra mim não dá e eu acho que nunca conseguirei ser assim (e nem quero tentar). Claro que é preciso ter jogo de cintura e saber ser "política" e educada em algumas situações, afinal, vc não precisa virar para uma mulher, por exemplo, e dizer que o filhinho dela de 5 anos é feio, claaaaaro que não, não vamos exagerar, que tudo de mais, sobra, mas se vc não acha ela bonito, seja simpática apenas, não precisa ficar por meia hora divagando sobre a beleza escultural da criança se essa não é sua opinião a respeito... me entende?
Outras coisas que nasceram comigo, nunca gostei e continuo não suportando é: baixaria, escândalo e coisas do gênero. Já me afastei algumas vezes na vida de pessoas assim porque realmente é algo que me incomoda bastante! Odeio quem critica a enfermidade ou incapacidade de outro; não suporto racismo, seja de que espécie for; não admito que maltratem pessoas idosas e animais na minha frente, viro um animal, literalmente; não tenho paciência alguma pra gente puxa-saco; odeio radicalismos, seja em que âmbito for; tenho pânico, pavor, fobia de cobras; tenho medo de fogo (só consegui acender um isqueiro com quase 20 anos); sofro pra tomar injeção, ou qualquer coisa que tenha agulha envolvida (ok, tenho tatuagem e piercing, mas continuo tendo medo tá?kkk...); não consigo comer palmito de forma alguma (e só de pensar já me dá enjôo); sou péssima com despedidas, sofro absurdos; não tenho tolerância nenhuma com gente egoísta e com pessoas que acham que sabem de tudo mais que todo mundo; não tenho saco de conversar com alguém que acha que sua idéia da vida é a mais correta e não respeita a opinião dos demais... etc etc etc e mais milhões de etc.
E por último, mas definitivamente não menos importante... NÃO SUPORTO MENTIRA. Não gostava quando era pequena, não gosto agora e tenho certeza que nunca gostarei. Se já menti?? Clarooo!! Se já menti por algo sério?? Também. Sou humana, e obviamente já errei como todo mundo. Mentirinhas inofensivas, tudo bem, não vamos ser hipócritas né? Não é mentir sempre, por qualquer coisa, o tempo todo, não é isso... mas quem aí diz que não mente por bobagem vez ou outra, que perca um braço!! Porém, quando o assunto é algo sério, eu não admito que mintam pra mim. Pra mim, a verdade, por mais difícil e dura que seja, sempre (sempre sempre sempre) é o melhor e único caminho.
Mas pera lá também... não sou só essa pessoa chata que não gosta de 500 coisas não!! Hahahaha tenho a parte boa também (né gente? kkk).
Sou uma pessoa extremamente amiga (meus amigos podem dizer melhor que eu), tento fazer o máximo que posso por aqueles a quem eu quero o bem; sou sincera (continuo achando que é uma qualidade e não um defeito); solidária; comunicativa; apaixonada pelos animais; comilona de carterinha (mas não a ponto de ser gulosa demais, gula é feio); adoro ler e escrever; viajar é minha grande paixão; sou bastante família; adoro qualquer tipo de surpresa (mesmo tentando descobrir todas elas antes do momento certo kkkkk); amo Natal; sou fissurada pelo Carnaval de Salvador; não guardo raiva por muito tempo; adooooro sair, mas também curto programinhas light em casa (tudo depende do momendo e da companhia); não acredito que namoro seja sinônimo de "fim de curtição" (não meixxxmo); sofro de saudade; sou determinada e corajosa; não tenho medo de trabalho; sou intensa em tudo que eu faço, não gosto de abosultamente nada pela metade! Etc etc etc e outros milhões de etc...
Não dá pra resumir 26 anos de "gosto" e "não gosto", "sou e não sou" em um post, né? Complicado... kkkkk... mas em suma, é mais ou menos por aí... sempre esquecendo uma coisinha importante, de repente colocando uma outra irrelevante... mas tá valendo mesmo assim.
Se pudesse fazer um balanço geral agora dos meus queridos 312 meses de vida, qual seria o resultado?
Quase morri quando era bebê, fiz 25 cirurgias (é isso, mãe?); perdi um dos maiores amores da minha vida (meu avô Charles, meu Minho); morei em 6 cidades diferentes, em 3 países distintos; já amei mais de uma vez; me arrependi muito pouco de coisas que fiz; já conheci um total de 16 países (alguns mais de uma vez), e mais de 50 cidades; entrei na faculdade de 1ª com 17 anos; me formei em Direito, agora estudo Design de Interiores; tive bons relacionamentos, dos quais aprendi bastante coisa; falo uma língua nativa, 2 fluentes e uma meia boca (kkk), e já querendo escolher a próxima pra aprender (francês ou italiano, gente?); conheço pessoas do mundo inteiro; tenho os melhores amigos do mundo, a família mais incrível que Deus podia me dar, e um namorido maravilhoso que divide a vida neste momento comigo e me faz feliz a cada dia... enfim... olhando todos os pontos (pelo menos os mais importantes), não resta dúvida que o saldo foi MAIS QUE POSITIVO, né??

Pois, que venham mais 26 entãoooo!!!!!!
Obrigada pela vida super, hiper, mega, ultra, power bem vivida, meu Deus!
Obrigada, obrigada, obrigada!

;)

domingo, 11 de setembro de 2011

Outono.


Engraçado como as pessoas falam tão pouco dessa estação.
Todos fazem o maior escarcéu com o verão (que é mesmo delicioso), toda uma novela pra primavera (que é mesmo linda), todo um drama para um inverno (que eu, particulamente, gosto muito), e nada se comenta do outono. Absurdo isso!
O outono representa mudança, transformação, renovação da vida. Momento exato para fortalecer as fraquezas, repensar os erros, valorizar as coisas positivas. É uma fase de introspecção, reflexão, entendimento.
Pra mim, uma das estações mais lindas e agradáveis do ano, com suas maravilhas e delícias assim como todas as outras. Se vc passa por essa estação no Canadá então (tive a sorte de estar morando lá durante o outono), vai mudar completamente o seu conceito a respeito dessa época do ano. Acredite, é de se apaixonar!
É lindo DEMAIS ver todas aquelas árvores mudando de cor... naquele misto de amarelo, laranja, vinho, verde... ahhhh como é lindo!!!
E além da beleza natural das paisagens, ainda tem a parte da moda.
Eu simplesmente a-d-o-r-o a moda outono/inverno, principalmente pela parte outonal. As pessoas se vestem bem na rua, sem precisar ter que estar quase desnudas devido ao calor assombroso, ou amontoadas de casacos pelo frio terrível, mas sim com a elegância que uma temperatura amena e agradável te permite ter.
Dei uma curiada em alguns blogs de moda que eu gosto e já deu pra perceber que nesse outono/inverno as cores que irão prevalecer são justamente as características do outono: mostarda, vinho e verde musgo... ahhh, o azul marinho também!
Já estou aqui verificando e me planejando fincanceiramente para começar as minhas garimpadas nas lojas e ajustar o guarda-roupa para os próximos meses... acho que esse ano o calor vai ficar um pouquinho mais, mas oficialmente, o outono já começa dia 23, né? Não dá pra perder muito tempo!!


(Clique na imagem para vê-la em tamanho maior.)


Outono 2010 em Praga - República Tcheca




Outono 2010 em Budapeste - Hungria



"As folhas ao cair, evocam a brevidade dos nossos dias. O outono das pinceladas de azul-água, a coloração acinzenta do céu e a timidez e sofrimento das árvores despidas, imploram-nos uma introspecção e reflexão sobre este viver cíclico, sempre em transformação e numa velocidade alucinante."
(Oriza Martins)


terça-feira, 6 de setembro de 2011

A verdade.


É temida por muitos. Buscada veemente por outros.
Difícil de escutar para alguns. Mais difícil ainda de conseguir dizer, para a maioria.
Mas no final das contas, ela é inevitável.
Por mais que vc tente fugir, correr, se esconder... ela vai acabar te achando em algum momento.
Por isso durante toda a minha vida sempre quis saber a verdade nua, crua e peladona - como diriam os velhos Cassetas - sem enrolações, meias palavras, sem delongas, ou lenga lengas.
Muitas vezes na vida mentimos para alguém para conseguir algo que queremos, por egoísmo, algumas vezes para livrar nossa cara de situações complicadas, e outras tantas, por achar que, mentindo, estamos poupando esse alguém de sofrer.
Bolshit!
Mentira não poupa sofrimento! O máximo que se consegue é empurrar o sofrimento pra frente, e não acabar com ele, acredito eu.
O sofrimento na vida é inevitável e, sinceramente, fundamental! O que fazemos com ele é que é opcional. Se vc não fala a verdade sobre determinada coisa pra uma pessoa, vc está tirando dela a opção de aprender com aquilo, de crescer, e em conclusão, de viver verdadeiramente.
Falando especificamente de fins de relacionamentos, muitas vezes é extremamente difícil conseguir ser sincero como deveria, principalmente no final. Falar na cara de alguém, por ex, que vc não o ama mais, é bem difícil e complicado. Vc acaba dizendo que não dá mais certo por conta de inúmeros outros motivos, quando o verdadeiro é: o amor acabou. Mas as pessoas, geralmente, preferem inventar historinhas e sair pela tangente para evitarem o confronto. Porém, o que acontece quando vc dá desculpas ao invés de falar a real? A pessoa acaba se prendendo àquilo ali, pq acha que tudo pode estar dando errado, mas enquanto houver amor, há esperança... e isso pode durar semanas, meses e até anos. E não é justo.
Não vejo como isso é poupar sofrimento de alguém. É realmente prorrogar, apenas. Sei que muitas vezes a intenção é realmente boa... mas ação e intenção não são sinônimos e pode acontecer da intenção ser ótima... já o resultado da ação, nem tanto.
Outras vezes, porém, não se trata de boa intenção... a dificuldade de falar a verdade é pura e simplesmente, pelo egoísmo (na grande maioria das vezes, diga-se de passagem). Faz bem para o ego saber que existe alguém ali que te ama, que te quer e espera por vc, e mesmo vc não querendo mais, não amando mais, vc conserva aquela pessoa ali, até ver até que ponto sua vida vai seguir em frente com outra pessoa, se a nova história que vc começou realmente vai pra frente... e se não... tem sempre o "backup" ali, esperando por vc.
Em inglês existe a expressão "have someone on the hook", que é exatamente isso aí, ter alguém preso no seu gancho, anzol... ali, disponível para quando vc precisar. Vc fica alimentando algo que sabe que não vai mais existir (ou nunca existiu), mas a pessoa é a última a perceber (ou querer perceber). O que acontece é que vc nunca procura a pessoa, muitas vezes nem lembra que ela existe, até o dia em que vc, por algum motivo, se sente só ou algo do tipo, e precisa ter certeza que ela ainda estará lá, caso vc precise, aí vc vai e puxa um pouco a linha que te prende a ela, e lá vem ela, outra vez... mais uma vez. Acho isso terrível. Assumo que já fiz (quem nunca fez?), mas acho realmente terrível.
Infelizmente é mais comum do que se pensa.
Só que chega um momento em que vc acorda, alguém te acorda, ou algo te faz acordar e vc percebe a merda que está fazendo. E aí, qual o próximo passo? Continuar vivendo e fingir que nada aconteceu? Ou fazer o que é certo, chegar pra pessoa e FINALMENTE ter coragem de falar toda a verdade pra ela, mesmo que isso a faça te odiar?
Eu, sinceramente, fico com a 2ª opção, e sempre que posso, aconselho para que optem por ela também. Se vc não teve coragem suficiente pra deixar seu egoísmo de lado, desde o começo, e falar a verdade, pelo menos, tenha coragem de em algum momento chegar e dar o direito do outro saber toda a verdade e poder se libertar de uma ilusão, uma fantasia e abandonar uma história que deixou de existir faz tempo (ou nunca existiu) e só ela mesmo não percebeu (ou não quis perceber).
Recentemente estive próxima de uma situação mais ou menos deste tipo. E hoje tive a agradável surpresa de saber que finalmente, depois de tanto tempo, a verdade foi dita e esclarecida da maneira que tinha que ser, claro, amenizando algumas coisas para não magoar ainda mais, mas sendo verdadeiro e sincero em cada palavra! Sinceramente, posso falar que fiquei muito feliz e orgulhosa por ter contribuído em mostrar pra esta pessoa, que não importa as consequências, a verdade precisa ser dita em algum momento, ainda que tenha passado muito tempo, e ainda que não seja recebida pelo outro da melhor maneira possível.
É porque, a partir daí, claro, como tudo na vida, vem o outro lado da coisa, o lado de quem ouviu a verdade... e com isso, vêm as mágoas, a raiva, a desilusão... daí começa uma série de forçação de barra, o desespero de querer provar algo, uma necessidade de demonstrar determinadas coisas, e em algumas situações, até a própria dificuldade em (ainda assim) não querer acreditar no que escutou, ou fingir que já não sente mais nada (qdo se vê claro que sente sim), etc etc. Mas isso tudo é um mecanismo de defesa, de auto proteção, e se funciona e ameniza o sofrimento, que assim seja. Cada um lida com a sua dor, da sua maneira, e se o resultado for o fim da mesma, então tá valendo. Até porque o objetivo em falar a verdade, não deve ser o de ferir, magoar, e sim de libertar!
Além do orgulho que estou sentindo da pessoa, por ter tomado a decisão por vontade própria de finalmente falar a verdade e desculpar-se pelo sofrimento que causou, fico mais feliz ainda pelo reconhecimento da mesma na minha participação nesta mudança de atittude. Estou nas nuvens de felicidade. Como é bom saber que podemos acrescentar algo de bom na vida de alguém, e que de alguma maneira, deixamos uma marquinha nossa que provavelmente será eterna.
Falar a verdade é um certo tipo de dom e poucas pessoas têm o privilégio de tê-lo. Mas ele é totalmente possível de ser adquirido... o problema é que muitos não o fazem por medo das consequências que ela pode causar. Não tema a verdade, como diz Elvis Presley, ela é "como o sol, pode se esconder durante algum tempo, mas ela não desaparece!" #ficaadica

;)