quarta-feira, 15 de setembro de 2010

365 dias

E tudo mudou bastante em apenas 1 ano.
Apenas?? Ou seria... em toooodo esse tempo??
O sentido cronológico das coisas depende de cada perspectiva, do que vc está se referindo. Quero dizer, um ano pode ser bastante tempo, ou um tempo insignificante. Depende da referência.
Se me refiro ao tempo que estou sem ver as pessoas que mais amo no mundo... sim... é tempo bastante... suficientemente grande pra me fazer ficar extremamente triste vez ou outra, disparando aquela vontade enlouquecedora de pegar o próximo avião correndo só pra matar as saudades e depois voltar pra cá. Seguido da frustação de saber que "não, eu não tenho grana pra isso".
Se me refiro ao tempo que estou sem comer a comidinha da casa da minha mãe em Ipirá, de sair pra comer temaki com meus amigos, acarajé do GM, camarão do João no Porto da Barra, a picanha do churrasco preparado pelo meu padrasto, os quitutes e sobremesas da minha madrinha, a pipoca cheia de manteiga do cinemark, a coxinha de caranguejo do Ferrero, a tigela de açaí, ou cupuaçu com morango do Planeta Açaí, a água de côco da orla, Pizza Hut (acreditem, aqui não tem) dentre outras saudades gastronômicas... sim... um ano é tempo demais, e eu não sei como sobrevivi até agora! (sim, eu sou gulosa e adoro comer! kkkkkkk).
Porém, entretanto, todavia... se, por outro lado, me refiro a quantidade de coisas que vivi, pessoas que conheci, momentos que vivenciei, experiências que passei e o tanto, mas o taaaaaaaanto de coisas que curti... então me pergunto seguramente: "só tem mesmo um ano que tô aqui??"
Pois é... tudo na vida é muito relativo, e realmente depende da perspectiva e do ângulo que é analisado.
Há um ano atrás quando cheguei aqui, a minha perspectiva era outra, meus planos eram outros. A idéia era vim pra cá, fazer um curso de espanhol, ficar no mesmo apt (que foi uma sorte ter encontrado), curtir o finalzinho do verão, o outono-inverno e no começo da primavera, voltar pro Brasil. A idéia também, era de curtir toda a minha "solteirice" (após 3 anos e meio namorando) e aproveitar Barcelona "on my own".
Ééééé... isso aconteceu... pelo menos nos meus primeiros 3 meses aqui. Me mantive solteira (e não foi tão fácil, mas consegui! hahaha), e sim, aproveitei Barcelona ferozmente e intensamente... a Luz de Gás, Opium Mar, Sutton, Otto Zutz, Ovelha Negra, Shôko, Sugar, Jamboree, La Bolsa, etc etc etc que o digam... kkkkkkkk!!
Acontece que durante esse tempo (de setembro, que foi quando cheguei, até o começo de dezembro), muita coisa aconteceu. Nesse meio tempo, me apaixonei por alguém que estava no Brasil, e esperei ansiosa por sua visita no final do ano, mudei de apt. (pra um ainda melhor), decidi que não queria mais voltar pra o Brasil em março, fiz novos amigos, comecei a pesquisar minha pós graduação e achei que nada mais podia mudar tanto. Afinal de contas... o que mais poderia acontecer de tão diferente?
Foi aí então que a partir de dezembro, as coisas começaram realmente a mudar radicalmente. Uma nova pessoa que tinha conhecido no finalzinho de novembro, apesar de naquele momento, ser realmente só mais um pra mim, foi chegando, chegando e em apenas 2 semanas resolveu se mudar pra minha casa; ganhei a Francesca (minha coelha), dessa mesma pessoa como presente de Natal; a paixão que antes eu sentia por quem estava no BR, aos poucos começou a ir embora, e portanto, a visita no final do ano não ia mais rolar (eu e minha mania de sinceridade); resolvemos dar a louca e alugar juntos um apt. e nos mudamos com mais um amigo; comecei a minha pós; um sentimento novo foi começando a surgir; fui ao Brasil numa viagem relâmpago de uma semana pra renovar meu visto, quando voltei percebi que aquele sentimento que tinha começado a surgir, estava se tornando algo mais concreto; compramos juntos a Yuca (nossa cachorrinha); mudamos de apt. de novo; fomos padrinhos do casamento de uma amiga; comecei no Sugar e SubRosa; fiz uma viagem maravilhosa com as duas pessoas que mais adoro aqui pra París, Amsterdã e Bruxelas; tive que me despedir do melhor amigo que essa cidade meu deu; ganhamos um novo companheiro de apt; e agora estou ansiosa pela chegada do meu irmão mais velho no próximo sábado pra passar as suas férias comigo.
E tudo isso acompanhado de muita Otto Zutz, Ovelha Negra, Sugar, SubRosa, Catwalk, Razzmatazz, Shôko, etc etc etc etc etc etc etc.
Depois de tantos meses, tantas coisas, tantas mudanças, não estou mais solteira, moro num lugar excelente (quem conhece Barcelona, sabe onde fica Gracia hahaha), num apt. muito legal, com meu namorado, nossa cachorrinha, nossa coelha e um novo companheiro de apt. que já é um grande amigo e tá entrando pra família também.
Ahhh e quanto a parte de curtir Barcelona... beeem... continuo curtindo ABSURDAMENTE, só que agora, juntamente com um monte de gente que já é mais que especial pra mim.
No final das contas, posso dizer que as coisas não saíram exatamente como planejei há um ano atrás... estão BEEEEEEEEEM melhores!!!! Hahahahahaha Graças a Deus...

E o melhor, é que tudo que VIVI e APRENDI nesses 365 dias, vai ficar comigo pra sempre e nada, nem ninguém, nuuuuuuunca vai poder tirar isso de mim.

E melhor ainda, é que não acabaouuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!! kkkkkkkkkkkkk


Ahhhhh!! E antes que eu me esqueça... XÔôôÔÔôÔÔôôÔÔÔôô OLHO GORDOOOOO!!!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk....



Feliz 1 ano de Barça pra mim!!! Yuuuuuhuuuuu....




Trilha Sonora: Eu ando pelo mundo, prestando atenção em cores que eu não sei o nome, cores de Almodóvar, cores de Frida Calo, cores! (...) Eu ando pelo mundo, divertindo gente, chorando ao telefone, vendo doer a fome, dos meninos que têm fome. Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela, quem é ela? Quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado..." (Adriana Calcanhoto)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Imperfeito, Perfeito ou Mais que Perfeito?

Não importa qual dos três.... o nome mesmo já diz: pretérito... tempo verbal: PASSADO!!!
Por mais que tenha sido o 'mais-que-perfeito' possível... ainda assim está ali... num momento que não é mais o presente, e a não ser que tenham inventado a máquina que viaja no tempo, vc nada mais poderá fazer para vivê-lo, ou alterá-lo. Passou.
Eu sou uma adepta da opinião de que o que somos hoje, é fruto daquilo que vivemos no passado!
Sem dúvida!!
Todos os relacionamentos, amizades, alegrias, sofrimentos, dificuldades, conquistas e perdas, etc etc... enfim... tudo aquilo de menor ou maior importância seguramente ajudaram para construir o seu 'eu do presente'.
E como é bom poder ter lembranças... ahhh como é bom!
Mas uma coisa tem que ficar clara, são apenas isso: lembranças. O passado já não existe mais... e, portanto, não dá pra viver nele, dele, por ele. É preciso saber virar a página e parar de insistir em coisas que já não tem o menor sentido. E principalmente parar de viver com a armagura de não se conformar que determinada coisa acabou.
As coisas podem acabar sim. O momento acaba, a viagem acaba, uma amizade - às vezes - acaba, um trabalho acaba... e o amor, esse tbm pode acabar.
O que ficará pra sempre são as coisas boas vividas em cada uma delas (e ficam), e o aprendizado que cada coisa ruim deixou. Ponto. That's it.
Sinto pena das pessoas que tem dificuldade de enxergar um fim... seja lá do que for... e vive se martirizando, sofrendo por aquilo ou alguém.
Claro que muitas vezes não é fácil se desapegar de coisas e/ou pessoas que amamos, que foram importantes (principalmente pessoas). Vc fez planos, sonhou, idealizou, etc etc... é muito normal sofrer, faz parte do ser humano. Mas acredito que existe um limite, vc sofre por um certo tempo, mas chega uma hora que é necessário parar.
E não adianta querer passar uma imagem de que superou, que esqueceu, quando na verdade todas as atitudes mostram exatamente o oposto... nesse momento é que dá ainda mais pena.
Acredito que o problema muitas vezes é num tipo de amor que NUNCA deveria acabar... mas que existem pessoas que insistem em esquecer que ele existe, demonstram não ter, ou se tem, é bem pouquinho: o amor-próprio. Esse sim deveria existir sempre, sempre sempre. Afinal, como dizia Albert Camus, "O homem tem duas faces, não se pode amar ninguém, se não amar a si próprio".
Não vamos também nos amar demais (ou fingir que nos amamos demais) e achar ou querer mostrar que somos a coisa mais linda e incrível do universo, porque nada em excesso faz bem e é saudável. Mas isso aí já é assunto pra outro post. Logo logo...
Bom, sem mais delongas, acho que é isso... quem passa tempo demais olhando e desejando algo que já está no passado, acaba perdendo de aproveitar o presente e principalmente, perde a chance de planejar um melhor futuro.
E que triste que é isso!
"A vida só se compreende mediante um retorno ao passado, mas só se vive pra diante." (Soren K.)



#ficaadica



Trilha Sonora: "Na mudança do presente, a gente molda o futuro." (Gabriel, O Pensador)